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Doenças oculares

Retinoblastoma: o mais comum câncer ocular infantil

retinblastoma

O retinoblastoma é o tipo mais comum de câncer ocular durante a infância. No Brasil, o número de crianças acometidas pela doença é baixo, cerca de 400 ao ano segundo o Ministério da Saúde, o que o torna uma doença pouco conhecida e com diagnóstico tardio, diminuindo as chances de cura.

Por isso, vamos entender melhor o que é o retinoblastoma, quais são seus principais sintomas, como é feito o diagnóstico e como funciona o tratamento.

O que é retinoblastoma?

O mais comum câncer ocular infantil é um tumor maligno embrionário, que se origina nas células da retina, parte responsável pela visão. O câncer pode afetar os dois olhos ou apenas um deles, além de ser hereditário ou não. O retinoblastoma pode estar presente desde o nascimento ou surgir até os cinco anos de idade. Cerca de 90% dos casos acontecem em crianças de até 4 anos de idade e a idade média de diagnóstico é de um ano e meio.

Apesar de ser uma doença rara e com poucos casos ao ano, o retinoblastoma é bastante agressivo e pode provocar cegueira. Atualmente, metade dos diagnósticos realizados no Brasil são identificados de forma tardia, reduzindo as chances de cura e a preservação da visão da criança.

Quanto mais cedo o retinoblastoma for detectado, maiores as chances de preservar o olho e a visão da criança pois é uma doença altamente curável.

Causas

As causas ainda não são completamente conhecidas, mas de acordo com dados registrados no Hospital Santa Marcelina, em parceria com a TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), cerca de 40% dos casos de retinoblastoma são hereditários.

Existem hipóteses não-comprovadas das causas do retinoblastoma, como a relação do vírus HPV – que também causa o câncer de colo de útero.

Sintomas do Retinoblastoma

O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento, e um dos principais sintomas é a leucoria, um reflexo branco na pupila que muitas vezes só é notado em fotos ou sob a luz artificial, quando a pupila está dilatada. Popularmente chamada de reflexo do olho de gato, a leucoria está presente em 90% dos casos diagnosticados e indica que uma fonte de luz está incidindo sobre a superfície do tumor e impedindo a passagem de luz.

Nos olhos saudáveis, esse reflexo é sempre vermelho quando o flash da câmera fotográfica bate sobre os olhos. Outros sintomas do retinoblastoma são:

  • Fotofobia;
  • Estrabismo ou outros desvios oculares;
  • Aparência anormal do olho;
  • Dificuldade visual;
  • Inflamações;
  • Conjuntivite;

Por isso, é fundamental que todos os bebês realizem o teste do olhinho após o nascimento, e repitam o exame regularmente até os cinco anos, a faixa etária mais atingida pelo retinoblastoma.

Diagnóstico

O diagnóstico do retinoblastoma é realizado por um médico, especializado em oncologia pediátrica ou oncologia ocular. É extremamente importante que ao sinal de qualquer anormalidade na visão da criança, os pais ou responsáveis busquem um oftalmologista, que pode prontamente encaminhar ao médico oncologista, se necessário.

O diagnóstico precoce do retinoblastoma permite o tratamento adequado e aumenta as chances de preservar a visão da criança. Dados do Hospital Santa Marcelina indicam que em 90% dos casos, os pais notaram alguma alteração nos olhos das crianças, mas não necessariamente nos estágios iniciais da doença.

Por isso, atenção redobrada aos sinais e sintomas! Qualquer suspeita, procure um médico e mantenha as consultas de rotina, pois um simples exame de fundo de olho pode auxiliar o diagnóstico precoce e aumentar as chances de cura.

Tratamento do Retinoblastoma

O tratamento depende do estágio da doença. Como já mencionamos, quanto mais precoce menos agressivo é o retinoblastoma e, geralmente, melhores são os resultados na saúde da criança afetada.

Entre as alternativas de tratamento, as principais são a cirurgia, a quimioterapia sistêmica, intravitrea e intra-arterial. A quimioterapia intra-arterial, que leva o medicamento diretamente ao olho, tem oferecido melhores resultados e com menos efeitos colaterais. Segundo dados do Hospital Santa Marcelina, em parceria com a TUCCA, cerca de 72% dos casos foram salvos utilizando este método como primeiro tratamento, que é minimamente invasivo e evita a enucleação (remoção do globo ocular).

É importante ressaltar, porém, que o protocolo de tratamento varia de criança para criança e deve ser discutido com a equipe especializada.

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