Aproveitando a campanha Abril Marrom, mês de conscientização para prevenção da cegueira e educação sobre os cuidados com a saúde ocular, neste post você vai conhecer as doenças oculares mais comuns no Brasil e seus principais sintomas.
Muitas pessoas erroneamente associam a miopia como a doença ocular mais comum. Apesar de atingir uma grande parcela da população a miopia é na verdade um distúrbio ocular e, segundo o banco de dados da OMS, estima-se que de 2020 a 2040 a miopia aumente 89% e passe de 6,8 milhões para 12,9 milhões de casos.
É comum subestimar o cuidado com os olhos e só procurar o oftalmologista quando os sintomas aparecem, ao invés de realizar visitas periódicas e preventivas. No entanto, muitas doenças oculares possuem um tratamento mais efetivo se diagnosticadas logo cedo. Saiba mais:
Catarata
A catarata se caracteriza por deixar o cristalino opaco, diminuindo a visão e deixando-a embaçada. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por cerca de 47% dos casos de cegueira do mundo, e atinge principalmente a população acima de 40 anos.
Inicialmente, essa doença ocular pode não apresentar sintomas e pode aparecer mais precocemente em pacientes diabéticos que não cuidam adequadamente dos níveis de glicemia. O diagnóstico é realizado em consultas ao oftalmologista e o tratamento mais indicado é a cirurgia, que é rápida e muito delicada, porém bastante eficaz.
Conjuntivite
Conjuntivite é o nome que se dá ao processo inflamatório que acontece na conjuntiva, membrana que cobre a região branca do olho e a superfície interna das pálpebras. Entre seus principais sintomas, estão a vermelhidão, secreção, coceira, inchaço das pálpebras e sensação de corpo estranho.
A conjuntivite pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou alergias e pode ocorrer em qualquer idade. Seu diagnóstico é clínico e o tratado é feito com colírios (geralmente com antibióticos na composição) e compressas de soro fisiológico para a limpeza. Em caso infeccioso, evite o contato com pessoas contaminadas e aumente a higiene (lavar as mãos frequentemente, usar álcool para desinfecção de objetos e separar toalhas exclusivas para a pessoa com a doença).
Glaucoma
Uma das doenças oculares mais comuns e também mais sérias é o glaucoma, caracterizado por um aumento de pressão intraocular, que faz com que ocorram danos irreparáveis no nervo óptico (responsável por levar as informações visuais até o cérebro). Sem um diagnóstico e tratamento adequados, o glaucoma causa uma diminuição progressiva da visão periférica e o paciente pode até ficar cego.
Sem sintomas nas fases iniciais, o glaucoma também afeta principalmente a população idosa, mas também possui outras causas. O diagnóstico é feito em consulta ao oftalmologista, e por ser uma doença crônica, não possui cura. O tratamento tem como objetivo reduzir a pressão nos olhos, e é feito através de colírios, medicamentos e alguns casos exigem cirurgia.
Retinopatia diabética
A retinopatia diabética é considerada uma doença ocular vascular, que atinge a retina de pacientes diabéticos.Geralmente, a doença se manifesta com a diminuição da visão, de forma progressiva ou súbita. Quando o nível de glicose do diabético fica elevado por muito tempo, isso causa uma lesão nos vasos sanguíneos da retina. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, cerca de 90% dos pacientes de diabetes tipo 1 (dependentes de insulina) e 60% dos pacientes do tipo 2 (não dependentes de insulina), podem desenvolver a doença ocular ao longo da vida.
O diagnóstico pode ser feito no oftalmologista através do exame de fundo de olho, ou mapeamento da retina. A tomografia de coerência óptica (OCT) é outro exame importante para acompanhamento da retinopatia diabética. Para o tratamento, o mais importante é o controle da diabetes por meio da alimentação, atividades físicas e o uso correto dos medicamentos. A maioria dos casos conta também com tratamento específico para os olhos, com medicamentos intraoculares, laser ou cirurgia em casos mais graves.
Degeneração macular relacionada à idade (DMRI)
Conhecida também como DMRI, a degeneração macular relacionada à idade é uma doença degenerativa da mácula (parte central da retina, responsável pela visão detalhada), que se manifesta com a diminuição da visão, com distorção das linhas na visão de perto e, às vezes, com o aparecimento de manchas.
Como o nome indica, a doença ocorre por conta da idade e costuma aparecer após os 60 anos e é considerada uma das principais causas de cegueira na terceira idade. Apesar de estar ligada a fatores genéticos e hereditários, também pode ser associada ao tabagismo04, dieta rica em gordura e exposição excessiva ao sol.
A doença não possui cura, porém existem tratamentos para manter a qualidade de vida do paciente e desacelerar a degeneração macular. O ideal é o diagnóstico precoce, pois são maiores as chances de manter a visão em um bom nível.
Por isso, mantenha os exames em dia e realize consultas uma vez ao ano, no mínimo. E procure um médico oftalmologista assim que notar sintomas diferentes.
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