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Doenças oculares

O que é tracoma? Saiba tudo sobre essa infecção

Doença inflamatória dos olhos, o tracoma é causado pela bactéria Chlamydia trachomatis e afeta a conjuntiva (membrana mucosa, fina e transparente que recobre a parte branca do olho), córnea dos olhos e pálpebras, causando deficiências visuais e podendo levar à cegueira nos casos mais graves.

Altamente contagioso, sua maior incidência é entre crianças e a população de regiões com saneamento básico precário. Infecções repetidas da doença produzem cicatrizes na conjuntiva e podem levar ao entrópio (pálpebra em posição defeituosa com margem para dentro do olho) e triquíase (cílios em posição defeituosa nas bordas da pálpebra, tocando o globo ocular). O atrito do cílio sobre o globo ocular causa alterações na córnea que podem provocar à cegueira.

No Brasil, a infecção bacteriana chegou em dois momentos distintos: no Nordeste, durante a colonização portuguesa e, em meados do século 19, trazida por imigrantes europeus que vieram ao Sul e Sudeste do país. Ainda hoje, o tracoma é considerado uma doença endêmica (onde a transmissão ocorre de forma contínua e constante) na maior parte do país, além de ser a principal causa da cegueira no mundo – cerca de 5% dos pacientes desenvolvem diminuição da visão ou cegueira por conta do tracoma.

Segundo o Ministério da Saúde, o tracoma é responsável por prejuízos visuais em 1,9 milhões de pessoas no mundo, das quais 450 mil apresentam cegueira irreversível. A doença é considerada um problema de saúde pública em mais de 40 países da África, América Central e do Sul, Ásia, Austrália e Oriente Médio.

Nas Américas, estima-se que quase cinco milhões de pessoas vivam em áreas de risco no Brasil, Colômbia, Guatemala e Peru. Quando diagnosticada, a doença possui fácil tratamento, mas precisa de cuidados. Acompanhe o post e conheça os sintomas do tracoma, tratamento e sua prevenção.

Sintomas do Tracoma

Em geral, a doença afeta ambos os olhos e pode ser dividida em 4 estágios:

No estágio 1, com incubação de cerca de uma semana, os olhos apresentam hiperemia conjuntival (olhos vermelhos devido à inflamação ocular), edema palpebral, fotofobia (intolerância à luz) e lacrimejam. Tudo ocorre de forma gradual.

Durante o estágio 2, entre 7 a 10 dias, há desenvolvimento de hipertrofia folicular (pequenas bolinhas brancas com aparência de sagú) na parte interna da pálpebra, que gradualmente aumentam de tamanho e número. Papilas inflamatórias também aparecem nessa região, com aspecto rugoso.. Começam a surgir novos vasos sanguíneos na córnea, chamado formação de pannus.

Se não tratada, a infecção pode levar ao estágio 3, no qual os folículos e as papilas encolhem gradualmente e são substituídos por faixas de tecido cicatricial. Com o tempo ocorre cicatrização da córnea, e toda a córnea pode essencialmente ser envolvida, reduzindo a visão. É comum o surgimento de infecções bacterianas secundárias, que se que se aproveitam da infecção que causa o tracoma e podem estar associadas ao quadro, contribuindo para a progressão da doença.

Se a doença está mais avançada, no estágio 4 o as cicatrizes na córnea e na conjuntiva muitas vezes causam entrópio (pálpebra em posição defeituosa com margem para dentro do olho), triquíase (cílios em posição defeituosa nas bordas da pálpebra, tocando o globo ocular)  e obstrução do ducto lacrimal. O epitélio corneano torna-se opaco e espesso, e o lacrimejamento diminui. Os pacientes manifestam dor e até mesmo dificuldade de abrir os olhos.

Causa

O tracoma é transmissível e seu contágio acontece de forma direta, através de mãos contaminadas com secreções oculares, nasais e até bucais. A transmissão também pode ocorrer forma indireta, quando o indivíduo saudável tem contato com objetos contaminados (objetos de uso pessoal como toalhas, lentes de contato, entre outros).

Crianças menores de 10 anos de idade com a infecção ativa são as principais fontes de contágio. A bactéria que causa o tracoma também é transmitida por moscas caseiras ou a mosca hippelates sp (mosca-dos-olhos), por meio de sujeira. Esta transmissão ocorre pelo contato direto com as secreções oculares.

Tratamento

Como o tracoma tem alto índice de cegueira se não tratado, é importante consultar um médico oftalmologista e iniciar o tratamento por meio de antibióticos e outros medicamentos, como colírios, cremes e pomadas.

A Organização Mundial da Saúde aprovou um programa de 4 etapas para controle do tracoma em áreas de risco, pois a reinfecção por reexposição à bactéria é comum nesses locais:

  • Cirurgia – para corrigir deformidades palpebrais (como a triquíase) que colocam os pacientes em risco de cegueira;
  • Antibióticos – para tratamento individual e também administração em massa para reduzir o índice da doença nas regiões endêmicas;
  • Limpeza facial – para reduzir a transmissão a partir de indivíduos afetados;
  • Melhoria ambiental – para reduzir a reinfecção dos pacientes e diminuir a transmissão, são necessárias mudanças como melhoria do saneamento básico, acesso à água potável, etc.

 

Como prevenir

Para a prevenção, é muito importante o tratamento dos pacientes infectados pela bactéria e adoção de hábitos adequados de higiene, como lavar as mãos e rosto regularmente (especialmente de crianças, as mais afetadas pela doença) e não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas, lenços, maquiagens, entre outros.

Boas condições sanitárias são essenciais, uma vez que a doença também é transmitida por moscas.

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