Ter um animal de estimação é sinônimo de felicidade e amor para muitos – e, na hora de escolher o seu bichinho, muita gente opta pelo cachorro. Amigáveis e companheiros, eles também podem ter outra função importantíssima: ser um cão-guia.
Para quem tem deficiência visual, se locomover sozinho pelas ruas é um desafio. Afinal, como achar o banheiro mais próximo? Como parar no meio-fio antes de atravessar? Onde está a escada do ônibus? Todas essas perguntas seriam difíceis de serem respondidas por uma pessoa cega se não fosse pelos queridos animais de quatro patas.
De amigo a parceiro de trajetória
Todo cachorro pode ser um animal de estimação, mas nem todos podem ser um cão-guia. Para começar, algumas características genéticas e de personalidade são levadas em conta.
Ele precisa ser inteligente, com temperamento calmo, ter muita atenção, boa memória e saúde – aqueles que são mais agressivos ou assustados, não funcionam bem para esse papel. Não à toa, as raças Labrador, Gold Retriever e Pastor Alemão são as mais comuns.
Essa seleção é feita assim que o cachorro nasce e quem é aprovado passará por alguns anos de treinamento. Primeiro, a adestração é igual a todos os outros casos – e visam ensinar o cãozinho a obedecer ordens e socializar. Isso pode ser feito tanto por uma família hospedeira, quanto por um profissional.
Feito isso, começa o treinamento específico para ser cão-guia. São, aproximadamente, sete meses de ensinamentos até que ele possa ir para a última fase: o encontro com seu futuro dono, portador de deficiência visual. A duração desse processo depende de caso a caso, podendo variar de 16 a 21 meses – é preciso que, ao final, os dois estejam em perfeita sintonia.
À caminho das ruas
Quando a dupla cachorro e seu dono já estão treinados para essa tarefa, é hora de ir passear. O cão-guia garante mais segurança e mobilidade para o deficiente visual; ele pode caminhar por horas nessa tarefa sem dificuldades. Identificar o movimento do trânsito, ruas apertadas demais, levar o dono até o botão do elevador e desviar de obstáculos são apenas algumas das funções do animal.
Mas, para isso ter sucesso, é muito importante a ajuda de todos. Sempre que alguém na rua chama o cachorro, tenta brincar, dar comida ou comandos, o cão pode se distrair e o dono, portador de deficiência visual, se ver perdido. Por isso, ao encontrar um cão-guia, o ideal é manter distância e deixar ele cumprir sua função.
Essa tarefa pode durar até dez anos, quando é indicado que o cão-guia encerre suas atividades e volte a ser apenas um cachorrinho de estimação. No caso do seu dono, ele pode continuar com o animal de quatro patas em casa e reiniciar o processo com outro cão-guia.
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