Facilmente confundido com o astigmatismo irregular, o ceratocone é uma doença que causa o afinamento e a deformação da córnea, fazendo com que ela ganhe um formato pontiagudo, parecido com um cone.
Apesar de pouco conhecido, o ceratocone incide em uma a cada 2 mil pessoas e é o tipo mais comum de distrofia da córnea, se desenvolvendo quase sempre durante a adolescência. Afetando os dois olhos em 90% dos casos, sua progressão é assimétrica, o que faz com que, algumas vezes, o segundo olho seja diagnosticado mais tardiamente.
Sintomas
O ceratocone começa como uma miopia ou um astigmatismo (combinados ou não) e faz com que o portador tenha cada vez mais dificuldade em enxergar com clareza, trocando o grau de astigmatismo por um mais alto com frequência. Além da visão borrada, a doença ainda pode causar diplopia (visão dupla), halos em torno de objetos luminosos, fotofobia e coceira.
Diagnóstico
Após estudar os sintomas, o médico deve solicitar uma topografia de córnea e uma paquimetria ultrassônica para confirmar o diagnóstico do ceratocone. O primeiro exame mostra a curvatura da córnea, indicando se ela possui um formato anormal, enquanto o segundo mede a espessura da córnea.
Tratamento
O tratamento varia para cada caso, e são considerados fatores como dificuldade de visão, espessura e curvatura da córnea. Em casos iniciais, é recomendado o uso de óculos, mas conforme a doença vai progredindo, eles podem acabar não oferecendo grandes melhorias em termos de visão, sendo indicadas então lentes de contato rígidas gás permeáveis ou esclerais.
Para casos mais avançados, pode ser feito o implante de anel corneano, que aplana a córnea e devolve um formato mais natural a ela, e, em situações mais extremas, há a possibilidade do transplante de córnea.
Há ainda um outro tipo de procedimento cirúrgico chamado crosslinking, que aumenta a resistência da córnea, o que diminui as chances de progressão da doença.
