Você já viu ou ouviu falar sobre a bengala verde? Ainda pouco conhecido no Brasil, esse objeto surgido na Argentina em 1996 permite mais autonomia e segurança para um grupo específico de deficientes visuais: os que possuem Baixa Visão.
O Brasil é um país que possui mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, por isso, temos que cada vez mais nos preocupar em tornar a vida acessível e inclusiva para essas pessoas. Entre os desafios mais comuns enfrentados por deficientes visuais estão:
- acesso e utilização dos transportes públicos;
- sinalizações, especialmente em ruas e avenidas;
- calçadas com saliências ou espaços reduzidos.
Deste total, mais de 500 mil são indivíduos com visão zero, ou seja, incapazes de enxergar; e mais de 6 milhões têm dificuldade permanente para enxergar, a baixa visão.
O que é baixa visão?
De forma simples, baixa visão é a forma usada para se referir às pessoas que não são cegas, mas que possuem uma visão reduzida. Os problemas da baixa visão não podem ser solucionados com uso de óculos ou cirurgias e existem diversas causas como acidentes ou doenças, incluindo as que degeneram a retina.
Uma pessoa que tem um campo de visão menor que 20 graus, por exemplo, enxerga apenas o que está a sua frente, mas não nas laterais. Pessoas que sofrem de desfoques graves também podem ser incluídos na baixa visão.
A importância da bengala verde
As bengalas são um dos objetos comuns quando se fala em deficiências visuais, pois auxiliam na autonomia e inclusão social. Mas, ao contrário do que se pensa popularmente, nem sempre quem usa bengala possui cegueira completa.
Por não serem cegas, as pessoas com baixa visão podem ter dificuldades de se adaptar com a tradicional bengala branca, já que acabam sendo identificadas como cegas e vivenciam situações constrangedoras na sua rotina.
A bengala verde surgiu para trazer essa conscientização. A cor verde não é apenas para diferenciar mas também porque, segundo os idealizadores, a cor representa a esperança, de enxergar a vida de novo e de outra forma.
Usada por indivíduos que enxergam parcialmente ou tem baixa visão, ela não é apenas um instrumento de orientação, mobilidade, identificação e inclusão social das pessoas afetadas pela baixa visão, como também para a conscientização da sociedade sobre a existência e as consequências da baixa visão.
Surgida na Argentina em 1996, o conceito se espalhou rapidamente pela América Latina e esse projeto existe em países como a Nicarágua, Colômbia, Paraguai, México, Equador, Bolívia, Costa Rica, Venezuela e Uruguai. No Brasil, ela ainda não é muito conhecida – mas por isso mesmo achamos interessante contribuir para a conscientização e divulgação do projeto.
Ouça o post |