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5 atitudes que tornam as redes sociais mais acessíveis

5 atitudes que tornam as redes sociais mais acessíveis

Apesar da internet possuir um infinito de informações disponíveis, muitos destes conteúdos ainda não são completamente acessíveis para as pessoas com deficiência visual. Aos poucos, novos recursos surgem e cada vez mais temos possibilidades e ferramentas que tornam a experiência de navegar mais inclusiva.

Saiba algumas atitudes que você pode adotar e contribuir com a acessibilidade ao utilizar as redes sociais, publicar fotos ou marcar hashtags:

Metadescription

Algumas redes sociais, como o Instagram e o Twitter, oferecem recursos de textos alternativos, com descrições das imagens publicadas. No Instagram, agora existem descrições automáticas do Feed, Explorar e Perfil através dos leitores de tela, além de ser possível substituir manualmente esse texto por uma melhor descrição.

Em sites, muitos profissionais de marketing utilizam a metadescription e o atributo alt para otimizar as páginas, mas ele também pode colaborar para a acessibilidade. O alt é utilizado em códigos html para criar um texto alternativo para a imagem, que aparece ao descansar o cursor em cima dela.

Outra sugestão é criar legendas que descrevam as imagens ao publicá-las em um site ou blog.

A hashtag #PraCegoVer

Talvez você já tenha visto a hashtag #PraCegoVer, mas sabe do que se trata? A ideia foi da professora baiana Patrícia Braille e surgiu como uma forma de disseminar a acessibilidade nas redes sociais para pessoas com deficiência visual, através de autodescrições das imagens publicadas.

Assim, ao usar esta hashtag e descrever o conteúdo da imagem publicada, o usuário permite que um deficiente visual saiba o que está inserido na postagem. Nascida de um trocadilho, a hashtag tem função educativa também: a palavra ver tem sentido de dar acesso a algo, e fala mais sobre os videntes (pessoas que possuem visão) que não enxergam os cegos nas redes sociais, instigando a curiosidade e interesse sobre o tema.

Várias marcas e celebridades já aderiram à hashtag, além de alguns órgãos públicos. Se você também quer tornar suas redes sociais mais acessíveis, aqui vão algumas dicas:

  • Use a hashtag #PraCegoVer;
  • Descreva o tipo de imagem: fotografia, ilustração, cartoon etc;
  • Informe se a imagem é em preto e branco, sépia, tons de cinza. Não precisa especificar se a foto for colorida, já que você vai descrever as cores dos elementos;
  • Descreva os elementos de um determinado ponto da imagem e, só depois, passe para o outro ponto, criando uma sequência lógica até descrever toda a imagem. A sugestão é seguir a sequência da leitura e escrita ocidental, ou seja, da esquerda para a direita e de cima para baixo;
  • Se possível, faça uma descrição objetiva e resumida – não precisa usar cinco palavras se você poderia se explicar com três, né?
  • Evite adjetivos. Quem vai fazer o julgamento se o que é descrito é lindo ou feio é quem lê a partir da sua descrição.
  • Se estiver em dúvida, pesquise a hashtag e veja alguns exemplos!

Separe as palavras da hashtag com maiúsculas

Atualmente, as hashtags tem um papel importante nas redes sociais, pois destacam informações e temas, centralizando e facilitando a busca pelo assunto. Elas são compostas pela palavra-chave ou frase do assunto, antecedida pelo símbolo cerquilha (#). Por exemplo, quando um usuário compartilha algo com a hashtag #praia, outras pessoas que utilizam a rede social vão encontrar seu conteúdo ao pesquisar pela mesma hashtag.

Ao pesquisar um assunto por hashtag, elas não são sensíveis ao uso de maiúsculas e minúsculas. Ou seja, qualquer alteração é lida como uma coisa só (por exemplo, #pRaia) e você ainda consegue encontrá-la pelo sistema de buscas. No entanto, aqui vai outra dica preciosa para tornar suas redes sociais mais acessíveis: ao utilizar uma ou mais palavras, o ideal é que você separe cada palavra utilizando a letra inicial em caixa alta (por exemplo, a própria campanha #PraCegoVer).

Essa não é uma decisão puramente estética, é também acessível: pessoas com deficiência visual que utilizam leitores de tela vão conseguir saber o que está escrito na hashtag porque as ferramentas conseguem separar as palavras. Do contrário, se estiver tudo em minúsculas (#pracegover) os leitores de tela acabam lendo a hashtag completa como se fosse uma palavra só, ao invés de separá-las.

Opção de ouvir o post

Você sabia que pode escutar este conteúdo ao invés de ler? Lá no fim de todos os posts do blog, tem um player onde é possível escutar a publicação. E ele não está ali apenas para trazer praticidade, afinal você pode realizar outras atividades ao mesmo tempo em que consome informações.

Posts em áudio são outra opção para tornar as redes sociais (e a internet, no geral) mais acessíveis para quem tem deficiências visuais. Hoje em dia, muitas plataformas de áudio oferecem uma interpretação e as informações chegam de forma humanizada, não com uma ‘voz robótica’.

Audiodescrição de vídeos

A audiodescrição (também chamada de AD) é uma técnica utilizada para traduzir as imagens em palavras que surgiu na década de 70 a partir da dissertação do pesquisador Gregory Frazier. Ela é bastante utilizada no audiovisual (filmes, programas de televisão e vídeos e outros), mas também vem ganhando força em peças de teatro, espetáculos de dança e outros materiais didáticos.

Uma pesquisa realizada pela Cisco mostrou que até 2020 85% do tráfego da internet será por meio de vídeos, então é importante cada vez mais pensar a produção desses conteúdos de forma acessível – e a audiodescrição é uma das ferramentas.

A prática é realizada por profissionais especializados e, por ser uma técnica, ela possui certos procedimentos e regras que ajudam a alcançar um bom resultado e um padrão. Para a AD, a neutralidade é uma diretriz fundamental. Se trata de traduzir o que observa e vê, dando os elementos essenciais ao usuário da AD. Quem vai criar em sua mente a imagem do que foi audiodescrito é ele!

Não cabe na audiodescrição aquilo que se pensa ou acha da obra por quem transmite. Tornar um material acessível não é “dar uma ajudinha” para que a pessoa com deficiência visual entenda melhor, porque ela não precisa disso: apenas de descrições claras e objetivas. Além disso, a locução da AD precisa ser condizente com a obra: no caso de uma cena de ação, a voz deve acompanhar o ritmo para que a pessoa tenha a mesma sensação que as pessoas que estão vendo.

É muito importante lembrar que uma pessoa com deficiência visual só não tem a visão, e deve ter a mesma autonomia que aqueles que conseguem enxergar.

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